terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Guarujá faz atendimento a moradores afetados por fumaça tóxica

Moradores afetados pela fumaça tóxica gerada pelo incêndio que atingiu um terminal do Porto de Santos, no lado de Guarujá, no litoral de São Paulo, em janeiro deste ano, passaram por atendimento médico nesta sexta-feira (20). Uma idosa, Leia Magalhães de Maria, de 68 anos, morreu em decorrência da inalação da fumaça.
 A Prefeitura de Guarujá se programou para atender 93 pessoas nesta sexta-feira, na Unidade de Saúde da Família (Usafa) do bairro Jardim Conceiçãozinha
De acordo com o médico do Instituto do Coração (Incor), Ubiratan de Paula Santos, as pessoas atendidas passaram por uma triagem e apresentaram sintomas respiratórios ou cardiovasculares após o evento.
"O monitoramento precisa ser feito por um bom tempo. A partir da análise de hoje, veremos quem precisa ser monitorado daqui para a frente. Pessoas com alterações em exames mais relevantes serão encaminhadas para um acompanhamento no Incor", explica.
Ainda segundo Ubiratan, alguns pacientes apresentaram graves alterações na função pulmonar. O próximo passo será investigar se o fato está associado ao incêndio ou se a fumaça inalada serviu como agravante de uma doença prévia.
Investigação
O Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema), órgão ligado ao Ministério Público Estadual (MPE), investiga os impactos causados aos moradores da região atingida pela fumaça tóxica.
De acordo com a promotora do Gaema na Baixada Santista, Flávia Maria Gonçalves, o inquérito já existe e o órgão, no momento, está recolhendo provas.
"Motivados, em parte, pela morte da dona Leia, solicitamos que os municípios de Guarujá e Santos, os mais afetados pela fumaça, enviassem as fichas dos pacientes atendidos na rede pública. Também pedimos informações junto aos hospitais particulares, para termos uma visão bem ampla", explica.
Com relação às investigações sobre o acidente em si, o órgão notificou a empresa para que apresente um relatório sobre as providências tomadas diante da ocorrência. Também foram solicitadas documentações, como licenças ambientais e contratos, além da relação de cargas e produtos, com detalhes sobre armazenamento e segurança.
Morte por intoxicação
A idosa Leia Magalhães de Maria, de 68 anos, morreu após ter inalado a fumaça gerada pelo vazamento tóxico. Uma guia médica que o G1 teve acesso aponta a causa da morte como "acidente relacionado a fumaça tóxica".
Leia era moradora do bairro Sítio Paecara, no Distrito de Vicente de Carvalho. Após inalar a fumaça tóxica, ela apresentou náuseas, vômito e asfixia.
Um dos filhos da idosa a levou para Jundiaí, no interior de São Paulo, cidade onde ele reside. Com os mesmos sintomas, a aposentada foi encaminhada ao Hospital das Pitangueiras, onde recebeu cuidados médicos e foi liberada.
Porém, os sintomas persistiram e Leia foi encaminhada pelo Serviço de Atendimento Móvel (Samu) ao mesmo hospital. Horas depois, foi decretada a morte da idosa.
As causas da morte, de acordo com o IML, foram insuficiência respiratória, pneumonite química, inalação de fuligem e gases tóxicos.

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